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Arquitetos: BOOST studio
- Área: 90 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Francisco Nogueira
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Fabricantes: Cosentino, AutoDesk, BRUMA, CIN, Cortizo, Duravit, Efapel, JNF, KCBerry, Smeg, Viega
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção foi realizada num edifício da década de 1960, inserido numa frente de rua de edifícios todos iguais, que foram profundamente alterados ao longo do tempo através do fecho das varandas e da criação de marquises. A localização é privilegiada, na medida em que estes edifícios permitem uma vista singular sobre o rio Tejo, o Mosteiro dos Jerónimos e a Ponte 25 de Abril. Assim sendo, um dos objectivos desta intervenção foi, naturalmente, o de tirar o máximo partido das vistas fantásticas que o apartamento apresenta.
Trata-se de um apartamento de tipologia T2, distribuído num único piso e com uma orientação solar Nascente-Poente. O apartamento apresentava uma organização interna pouco clara: a cozinha e um dos quartos estavam orientados a Nascente e o outro quarto e a sala de estar e jantar estavam virados a Poente. Não havia, assim, uma clara separação entre as zonas sociais e privadas, sendo que a casa não explorava todo o potencial de vistas que existia.
O programa para esta intervenção previa maximizar o espaço útil, ter um quarto em suite e criar uma zona social em open space que tirasse partido da vista. Assim, reduzimos a varanda existente a Poente, criando um grande vão de vidro que não só permite potenciar a relação de vistas mas também garantir uma grande continuidade entre interior/exterior.
No desenvolvimento do projecto, tornou-se evidente que as vigas estruturais existentes iriam ter uma grande expressão no espaço, dado o conceito de open space que iríamos explorar. Assim, a cota das vigas transformou-se numa linha que está presente em todos os espaços. Nos armários da cozinha e dos quartos, esta linha marca a divisão com os armários superiores, que são ligeiramente recuados. Nos corredores e casas de banho, a mesma linha marca a transição da parede com um vidro superior que permite a entrada de luz natural até estes espaços interiores, sem pôr em causa a necessária privacidade.
A intervenção procurou uma abordagem matérica muito simples, conjugando quatro elementos: as paredes e tectos na cor branca, o que permite uma grande transmissão da luz; a madeira de pinho no pavimento, que dá ao espaço um carácter confortável e nobre; o microcimento, que permite uma unidade e continuidade entre o pavimento e as paredes; e as grandes superfícies em vidro, que aumentam a sensação de amplitude do espaço e potenciam a relação com a vista que tanto singulariza este apartamento. A varanda exterior surge numa relação de continuidade entre o interior e o exterior, através do grande vão e da continuidade do pavimento em madeira.